quarta-feira, 15 de junho de 2011

Folha Amazônica – Matupi – Ataques a ZFM

Falta reação política contra ataques a ZFM

 A falta de uma agenda positiva unificada tem enfraquecido o Estado do Amazonas nas batalhas envolvendo a defesa da Zona Franca de Manaus (ZFM). Isso, aliado a falta de infraestrutura aereoportuária, de fornecimento de energia elétrica e Internet de qualidade na região tem "ferido de morte" os planos de desenvolvimento do Pólo Industrial de Manaus (PIM). Essa foi uma das conclusões da audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) sobre as consequências da Medida Provisória 534, que desonera a produção dos tablets em todo o País.

O vereador Paulo De' Carli (PRTB), representante da Câmara Municipal de Manaus (CMM) no debate, acredita que falta capacidade de reação política para sair dessa situação. "As decisões que nos afetam sempre serão tomadas no âmbito político, no Congresso Nacional", observou o parlamentar. "Há de se cobrar politicamente o Governo Federal. Nessa luta, temos que dosar o papel de guerreiros e diplomatas. Parece-me que as autoridades estão preferindo a diplomacia técnica e abrindo mão de guerrear, mas é preciso mais", afirmou De'Carli, destacando que a Reforma Política a ser debatida no Congresso será uma ótima oportunidade para discutirmos a questão.

Para o deputado Arthur Bisneto (PSDB), autor do requerimento solicitando a audiência, era imprescindível que a bancada amazonense no Congresso tivesse procurado os especialistas para se informar sobre os efeitos da MP dos Tablets antes de sua aprovação. Ele alertou que outras medidas provisórias em tramitação trazem mais prejuízos ao PIM, como a MP 517 (que trata da produção de moldens) e a MP do Entretenimento (que atinge o segmento de CDs e DVDs). Economista e estudioso do assunto, o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa, disse que a elaboração da MP dos Tablets foi uma média que o Governo Federal fez para agradar a classe média brasileira, na medida em que reduzirá o preço médio dos aparelhos em até 35%. Serafim lembrou que durante a viagem que fez a China, a presidenta Dilma Rousseff (PT) fechou os detalhes da implantação da empresa Foxconn no Brasil. Durante esta visita, segundo Serafim, a superintendente da Suframa, Flávia Grosso, teria sido "sacada". A Foxconn promete investimentos bilionários no País para a fabricação de tablets, em fábrica instalada em Jundiaí.

"O que os chineses exigiram para vir para o Brasil? Terreno próximo de um aeroporto, que operassem vôos diretos para a China; energia em abundância e banda larga de Internet; estradas de escoamento para os demais centros urbanos para o escoamento da produção; sócios brasileiros e operações de crédito. Tudo o que nós não temos", descreveu Serafim. O ex-prefeito alertou para a falta de uma agenda unificada de ação. "Caminhamos sem saber aonde queremos chegar. Desse jeito, aliás, não vamos chegar a lugar algum". O secretário da Seplan, Marcelo Lima, concordou com as colocações e acrescentou que "jamais seremos competitivos sem infraestrutura". "A falta de infraestrutura é o nosso grande vilão, junto com a burocracia, duas coisas que dependem da boa vontade do Governo Federal", disse Marcelo.    

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